As rotinas que seguimos diariamente – aquelas ações repetitivas que parecem inofensivas – podem tanto contribuir para uma vida mais saudável e feliz quanto causar desconforto e sofrimento. É importante revisar periodicamente quais hábitos realmente agregam valor à sua vida e quais devem ser deixados para trás.
Esses sete hábitos não se referem às práticas positivas e intencionais – como meditar, caminhar ou manter uma boa higiene bucal –, mas sim aos comportamentos que, de forma sutil e gradual, se enraízam em nossa rotina e acabam pesando diariamente. O ponto positivo é que esses hábitos dolorosos não definem sua personalidade; eles são apenas padrões de comportamento que, com autoconhecimento e disposição para a mudança, podem ser transformados.
Muitas vezes, justificamos a manutenção desses hábitos com pensamentos como “sempre foi assim” ou “é do meu jeito”, chegando até a afirmar que “é quem eu sou”. No entanto, esses comportamentos não são a sua essência – eles são apenas ações repetitivas. Ao reconhecer e modificar esses padrões, você encontrará alívio e mais espaço para viver de forma plena.
1. Rolagem do Juízo Final
Doomscrolling é o ato de navegar compulsivamente por notícias negativas e tristes nas redes sociais ou sites de notícias, na tentativa de se manter informado sobre os perigos ao redor. Em vez de trazer segurança, esse comportamento pode aumentar a sensação de medo e ansiedade.
Como se libertar:
- Estabeleça limites para o consumo de notícias e mídias.
- Determine horários específicos em que você não acessa redes sociais, como nas primeiras horas da manhã e à noite.
- Defina um tempo máximo para o scrolling e fique atento às suas emoções durante esse período.
- Tenha um “plano de fuga”: mantenha um livro favorito por perto ou ligue para um amigo quando sentir que a ansiedade está aumentando.
2. Envolver-se no drama das ideias dos outros
Ficar imerso em comentários e interpretações sobre o que os outros pensam ou dizem pode criar um ciclo de conflito e desgaste emocional. Essa atitude, muitas vezes, não leva a um entendimento real e só consome sua energia.
Como se libertar:
- Observe como seu corpo reage quando você se deixa levar por esse tipo de drama.
- Antes de agir, questione qual é a sua real intenção e se suas ações vão realmente gerar o resultado desejado.
- Se a resposta for negativa, tente adiar sua reação e experimente ficar em silêncio – observe o que acontece quando você não se envolve.
3. Perder-se em culpa e arrependimento
Focar constantemente em sentimentos de culpa ou arrependimento impede que você aproveite o presente e valorize as coisas boas da vida. Em vez de se afundar nesses sentimentos, é possível transformá-los em sinais que indiquem o que pode ser melhorado.
Como se libertar:
- Reconheça quando você estiver mergulhando em culpa ou arrependimento.
- Em vez de deixar que esses pensamentos dominem sua mente, escreva o que está te incomodando. Colocar as ideias no papel pode ajudar a clarear a situação.
- Lembre-se de que reter esses sentimentos impede que você desfrute dos momentos positivos.
- Após anotar, feche o papel de forma simbólica, liberando esses sentimentos.
4. Tentar agradar os outros às custas de si mesmo
Embora seja gratificante ajudar e agradar as pessoas, sacrificar constantemente seu próprio bem-estar para satisfazer os outros pode gerar ressentimento e exaustão. Muitas vezes, essa atitude decorre da crença de que você precisa se anular para ser aceito.
Como se libertar:
- Reflita sobre como você se sente após tentar agradar alguém: a sensação de bem-estar dura ou logo dá lugar à exaustão?
- Estabeleça limites para proteger seu tempo e energia, principalmente com pessoas que não valorizam isso.
- Aprenda a dizer “não” mesmo quando não houver outras demandas concorrentes.
- Comece a cuidar de si mesmo, dedicando momentos diários a algo que te faça bem, valorizando suas próprias necessidades.
5. Projetar seus medos nos outros
É comum julgar as atitudes dos outros com base em nossas próprias experiências e temores. No entanto, essa projeção pode distorcer a realidade e prejudicar relações, pois cada pessoa vive de forma única.
Como se libertar:
- Tente não levar para o lado pessoal as escolhas de vida alheias.
- Em vez de transferir seus medos, pratique a empatia e incentive os outros, celebrando suas conquistas.
- Se for solicitado, compartilhe conselhos de forma construtiva, sem impor seus receios.
6. Fazer sempre “mais uma coisa”
Acumular tarefas na tentativa de ser mais produtivo pode acabar te deixando esgotado. Muitas vezes, a busca por completar mais uma tarefa atrasa o descanso necessário, criando um ciclo interminável de trabalho.
Como se libertar:
- Crie um ritual de encerramento do dia para sinalizar que as atividades estão concluídas. Por exemplo, após o jantar, limpe a cozinha e escove os dentes para indicar que é hora de relaxar.
- Anote aquelas tarefas “a mais” que insistem em ficar na sua cabeça para que possa deixá-las de lado e retomá-las no dia seguinte.
- Estabeleça um horário fixo para dormir e comprometa-se a respeitá-lo, garantindo um descanso adequado.
7. Ouvir demais
Embora seja fundamental prestar atenção ao que os outros têm a dizer, absorver conselhos e opiniões em excesso pode te impedir de ouvir sua própria voz. Quando você se sobrecarrega de informações, perde a chance de agir com base em suas próprias ideias.
Como se libertar:
- Reserve momentos apenas para você, sem interferências de livros, podcasts ou opiniões externas.
- Reflita sobre quais ideias você realmente quer colocar em prática.
- Conecte-se com a sabedoria que já existe dentro de você, permitindo que ela guie suas ações.
Conclusão
Ao simplificar sua rotina e abandonar esses hábitos prejudiciais, você cria espaço para uma vida com mais energia, clareza e bem-estar. No início, essas mudanças podem parecer desconfortáveis, mas com o tempo, você notará que terá mais tempo, espaço e disposição para investir no que realmente importa. Reconheça os hábitos que te causam dor, mude seu comportamento e comemore cada avanço – você merece viver melhor!
Lucas Andrade é um profundo admirador do poder da simplicidade e da clareza mental. Ao longo de sua jornada, aprendeu que eliminar o excesso e focar no essencial transforma não apenas os espaços ao nosso redor, mas também a maneira como vivemos e pensamos. Com anos dedicados a estudar e aplicar os princípios do minimalismo, ele busca inspirar outros a encontrar mais equilíbrio e propósito na vida.
